Diferente do que se espera, a Lenda de Tarzan conta o que não foi dito na animação infantil. O filme retrata a nova realidade de vida de John Clayton III, membro da corte inglesa que há oito anos foi resgatado da África, local onde atendia pelo nome de Tarzan.
Já ambientado com a vida na capital inglesa, John é enviado como emissário do Parlamento na companhia de sua esposa Jane, vivida por Margot Robbie – que em breve estará também nos cinemas como a Arlequina em Esquadrão Suicida, e George Washington Williams, interpretado por Samuel L Jackson. Ao chegarem , John e Jane percebem que o local está sendo alvo de tráfico de pessoas. Durante uma emboscada, Jane é raptada e John vai ter que trazer a tona seu lado selvagem para salvar a mulher que ama.
O que mais gostei é que o filme conseguiu fugir do que todos esperam – que era a clássica história de amor entre Tarzan e Jane. Não que isso também não seja retratado, mas não é o único alvo. Em peso, sentimento de amizade e respeito ganha destaque. John se reconecta com a natureza ao mesmo tempo que reconquista e se reaproxima de seus antigos amigos que irão ajudar quando ele mais precisa – os animais. O que também chama muito a atenção é a fotografia, rica em detalhes.
Em atuação, o filme também está muito bem representado. Samuel L Jackson interpreta seu personagem à la Tarantino e Margot Robbie dá uma personalidade forte e determinada à Jane. Alexander Skarsgard também traz grandes contribuições ao seu personagem. O ator sueco utiliza em cena aspectos de um homem que cresceu usando a mão como um de seus apoios para se locomover. Isso é algo legal de se comentar, pois, apesar de ser um simples detalhe, passa batido em diversas produções.
Passando ao quesito sonoplastia, o filme acertou também na escolha de sua trilha. A primeira música presente no longa é apresenta pela voz de Zoe Mthiyane, cantora sulafricana. A escolha foi muito bem feita, por conseguir unificar imagem e som. Em resumo geral, vale muito a pena assistir o filme. A adaptação em live action acertou por conseguir ir além do que já foi mostrado na animação Disney sem perder o contexto. Tudo o que aconteceu antes e o que todos sabem, tornou-se apenas um detalhe, um gancho da história.