Desde o início das especulações de que Hugh Jackman deixaria em breve o papel de Wolverine, a ansiedade e curiosidade sobre esse fim dominou até quem não era fã do personagem. Aliás, foram 17 anos ligando diretamente o herói com garras ao ator australiano, que ontem desembarcou no Brasil para a coletiva de seu último filme no papel – LOGAN. Após assistir o filme, só consigo expressar que o último título será um motivo de orgulho e com toda a certeza o ícone do universo XMEN.
Quem acompanhou as diversas transmissões ao vivo da coletiva que aconteceu ontem em São Paulo, não ficou imune à spoilers e já deve saber que “Logan”, que estreia em 2 de março nos cinemas brasileiros, é o filme mais violento da franquia, mas que também é muito mais que isso. Como adendo, “Logan” não é só violento, é tudo o que por anos críticos e público esperou. É o “gran finale”, que ao terminarmos de assistir, a primeira coisa que vêm à mente é : “Por qual motivo demoraram tanto para ter um filme que faça jus à história do personagem e por que deixaram exatamente para o fim?”. Essa é uma típica pergunta retórica, mas a verdade é que “Logan” entrega tudo de melhor e ironicamente, por ser justo o último filme dessa saga, “Logan” é o primeiro longa que destaca os sentimentos, mostrando o lado humano e animal do Wolverine.
LOGAN vs Wolverine – O longa mostra que não são tempos muito favoráveis à mutantes e que, não há registros de novos há alguns anos. Logan está cansado não apenas fisicamente – foram muitas lutas, e o cansaço psicológico e o reprimido sentimento de culpa, faz com que Logan se entregue à uma nova vida e identidade. O ano é 2028 e salvar o mundo não é exatamente a prioridade para o mutante.
O longa também retoma com um Xavier cada vez mais debilitado e incapacitado de controlar seus poderes e Logan, apesar de fazer planos para melhorar a vida do velho amigo, deseja acima de tudo a própria morte. Para recuperar a esperança, é necessário um grande motivo e o cenário começa a mudar a partir da descoberta de Laura, uma mutante de 12 anos que tem as habilidades e comportamento muito parecidos com os do antigo Wolverine. Pressionado por Xavier, o mutante com implantes de adamantium começa uma luta ao lado da garota, resultando na mais complexa trama do universo XMEN – a batalha para vingar todas as perdas e ir ao encontro do verdadeiro eu interior. Se tratando de todos os filmes de super heróis, e em bom português , esse é o O FILME em questão de atuação, direção, roteiro e efeitos – esse último, com detalhes bem reais , principalmente quando falamos em cenas de luta ou com um Logan “um pouco” enfurecido.
Quanto à violência, esqueça só os simples arranhões ou lutas de corpo a corpo. Nesse final de capítulo, ter o retorno de Logan à batalhas é literalmente sinônimo de esquartejar o inimigo e claro, me perdoe quem não gosta de sangue, mas tudo tem sentido. Voltar a usar suas garras é a vingança que o personagem merece após o acúmulo de perdas ao longo de toda sua saga. Com direção de James Mangold, Logan é autêntico e consegue mostrar ao mesmo tempo o lado mais paternal e violento do personagem em seu último grande ato. “Logan” é uma verdadeira homenagem aos fãs do herói e uma excelente despedida de Hugh Jackman do papel
Nova fase – O longa é cheio de significados e além de trazer um desfecho para a história de Logan e Xavier, é o início de uma nova fase. Nas telonas é a primeira vez que Laura aparece, e apesar de no filme citar que a mutante é filha de Logan, a verdade é que sua origem foi a partir de um experimento com parte do material genético do Wolverine. Presença forte no longa, a inserção da X-23 na narrativa foi muito bem pensada e conseguiu manter o equilíbrio para o roteiro. Esperamos que os demais longas, já que essa entrada de Laura não foi em vão, continue com qualidade e boas menções aos quadrinhos.