Star Wars – A ascensão Skywalker é o nono e último capítulo da saga e traz novamente a direção de J.J. Abrams, com o roteiro do diretor em colaboração com Chris Terrio. O filme, que estreia hoje nos cinemas, tem momentos de grande impacto, mas falha em entregar uma história coesa e fluída. As transições são muito rápidas e o filme se beneficiaria de um tempo maior; ou uma tentativa menor de fechar tantas pontas e arcos criados durante a nova e as antigas trilogias. A direção do filme, especialmente no que tange as reações dos atores, é errática e muitas vezes sequências de grande impacto na trama e no psicológico dos personagens passam com uma atuação menos do que estelar e acredito que essa falha não esteja na capacidade dos atores mas sim na do diretor em tirar o melhor de seus escolhidos.
A trama se volta para o retorno de Palpatine, que deseja reestabelecer seu império galáctico com uma nova frota de Star Destroyers munidos, cada um, com a capacidade de destruir planetas e busca em Kylo Ren e sua Primeira Ordem o aliado final para colocar seu plano de dominação em prática; enquanto isso, a desacreditada resistência tenta impedir os planos do imperador, e isso depende de Rey completar seu treinamento Jedi , enfrentar seu passado e ainda confrontar o Imperador.
O filme me pareceu uma releitura bastante literal do episódio 6.Opinião que se estende aos episódios 7 e 8 em relação aos filmes 4 e 5, respectivamente: um revisionismo da trilogia clássica dentro de moldes mais sociais mais atuais. Tal qual na trilogia clássica, onde Luke é filho de Vader, descobrimos que nossa personagem principal,Rey, é neta do famigerado imperador Palpatine. A dualidade de Leia e Luke, é relida em Rey e Kilo, que realizam alguns dos melhores duelos da saga nesse filme, tanto na força,como com os sabres de luz. E a batalha final, quando Rey enfrenta o imperador, poderíamos dizer que seguiu o script do capítulo 6, até o momento em que o imperador mostra a frota da resistência sendo dizimada. A partir daí o roteiro dá um salto qualitativo brilhante, numa cena que só de lembrar me faz arrepiar e que não vale estragar para os leitores contando por aqui. Vale citar que Luke, tal qual Yoda enquanto o treinava, aparece como o mestre bonachão, que prefere ensinar com galhofa e se afasta do estereótipo do mestre sábio.
Pontos negativos para o filme ficam por conta dos enredos mal ou superficialmente resolvidos. Os cavaleiros de Ren foram uma nota de rodapé no e poderiam muito bem ter sido substituídos por um grupo de Stormtroopers,sem deixar a desejar. Além disso, muitas situações emocionalmente complexas são resolvidas com o passar de segundos e a necessidade de dar desfecho e espaço ao uma multitude de personagens relevantes faz o enredo parecer sem foco.
É um filme claramente direcionado a um novo público, com uma leitura de mundo diferente, mas que ao mesmo tempo tenta manter sua base de fãs mais antiga e consolidada. Nesse ponto o filme abusa do “fansevice” e acaba se perdendo.
Star Wars episódio nove é um filme divertido, mas não é uma obra de arte e, principalmente, não atende às expectativas criadas pela saga. No entanto, é um bom filme dentro de suas limitações.